Veterinário Jean Ciarallo estreia coluna sobre cuidados com pets
26 de março de 2019
Como tratar as fraturas nos pets
9 de abril de 2019

Dr. Jean Ciarallo, médico veterinário com especialização em clínica de pequenos animais e ortopedia veterinária, além de mestrando em bioengenharia neuronal. Responsável pelos atendimentos clínicos, diagnóstico por imagem e cirurgia em um centro veterinário em Conselheiro Lafaiete (MG).

 

No seu entendimento, qual é a importância de estabelecer os requisitos da Resolução no 1015?

O principal é a valorização da profissão. A partir do momento que estamos dentro das normas, nos sentimos mais tranquilos para trabalhar e oferecer o que há de melhor para o paciente, da mesma forma que também seremos mais valorizados pelo cliente e pela sociedade como um profissional da saúde.

 

O que mudou na sua clínica, desde então?

Vários quesitos. Organização da clínica, qualidade no atendimento, conforto dos clientes e pacientes e principalmente a certeza e tranquilidade de que estamos fazendo o certo a todo o momento.

 

Como é a estrutura física da sua clínica?

Já se vão 15 anos desde a abertura da clínica em Conselheiro Lafaiete e em todo esse tempo conseguimos montar uma estrutura de acordo com a resolução n°1015, onde possuímos secretaria, sala e jardim de espera, três consultórios, dispensário de medicamentos, almoxarifado veterinário, sala de radiodiagnóstico digitalizado, um pequeno laboratório para exames mais simples, ambulatório, ultrassom, endoscopia, um gatil e dois canis, lavanderia, sala de descarte de material contaminado com freezer para manutenção das carcaças até coleta por empresa contratada. Temos ainda o bloco cirúrgico, que conta com todas as salas necessárias: preparo do animal, paramentação, cirurgia, expurgo e lavagem de material e esterilização, tendo este sido muito elogiado pelos fiscais da vigilância sanitária e também do CRMV-MG. Além de todos os equipamentos necessários conforme a resolução 1015.

 

Quais são os desafios para essa estruturação?

O principal desafio são os custos. Por isso é muito importante um bom planejamento, seja financeiro ou de tempo, para se adaptar às normas.

 

O investimento foi alto? Você teve retorno em quanto tempo?

Sim, foi um investimento alto, pois trabalhamos não só com equipamentos mas também na estrutura física, para se ter tudo dentro das normas da resolução. Mas com certeza estamos tendo retorno, sabemos que não é do dia para noite, mas a procura e elogios a clínica aumentaram muito desde então e estamos muito felizes com o resultado.

 

O que você vê como positivo na norma?

Como maior ponto positivo, vejo a equiparação das clínicas veterinárias, pois com a normatização há um equilíbrio. Te- remos todos os profissionais e clínicas num mesmo nível, evitando que sejam trabalhados valores muito abaixo dos praticados na região.

 

Como você enxerga o papel do CRMV nessa fiscalização e o que pode melhorar?

O CRMV tem um papel importantíssimo na fiscalização, pois não adianta uma clínica fazer sua parte e outras clínicas da mesma região continuarem desrespeitando as normas da Resolução no 1015. Uma forma de melhorar seria certificar as clínicas dentro da resolução, como por exemplo, um certificado de excelência dado pelo CRMV e também uma maior fiscalização para diferenciar consultórios, clínicas e hospitais, claro que com tempo para todos se adequarem, mas com datas limites.

 

O que você falaria a um profissional que está pensando em montar uma clínica veterinária?

Sei que todo começo é difícil, então não tente querer a melhor de todas as clínicas assim que abrir, pois o crescimento será fruto de muito trabalho e investimento e os resultados virão ao longo do tempo. Acima de tudo, valorize sua profissão e se valorize, não pare nunca de estudar, pois a clínica de pequenos animais está em constante atualização, e sempre respeite os colegas.