Vacinas sob medida para pets: Realidade ou o futuro
23 de abril de 2025
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Cão-guia: uma amigo, um profissional e um exemplo de inclusão

No dia 30 de abril, celebramos o Dia Internacional do Cão-Guia, uma data que reconhece o trabalho fundamental desses animais no apoio à autonomia de pessoas com deficiência visual ou com outras necessidades especiais. Mais do que companheiros fiéis, os cães-guia são verdadeiros profissionais em atividade — e, por isso, merecem respeito, cuidado e reconhecimento.

O cão-guia é treinado para conduzir com segurança uma pessoa com necessidades especiais em sua rotina, desviando-a de obstáculos, alertando sobre degraus, faixas de pedestres, portas, calçadas, bem como oferecendo apoio psicológico e cuidado, em casos de neurodiversidade: pessoas com transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Dislexia, Dispraxia, Síndrome de Tourette. Por isso, é importante destacar que os cães-guias não são um “animal de estimação” nesses momentos, ele está em serviço, realizando uma tarefa complexa e vital.

Uma das orientações mais importantes — e pouco compreendidas por parte do público — é que nunca se deve tocar, acariciar, alimentar ou chamar a atenção de um cão-guia durante o trabalho. Qualquer distração pode comprometer sua concentração e colocar seu tutor em risco. Esses animais são altamente sensíveis e têm uma carga de responsabilidade imensa. O carinho, nesse caso, é respeitar seu foco.

Entre as raças mais utilizadas como cão-guia estão o Labrador Retriever, o Golden Retriever e o Pastor Alemão, devido à sua inteligência, temperamento estável, obediência e facilidade de aprendizado. Esses cães passam por um longo processo de socialização e treinamento, que pode levar de 18 a 24 meses. Iniciam a vida em famílias socializadoras, que os ajudam a conviver em ambientes diversos, e depois ingressam no treinamento técnico com especialistas.

O trabalho do cão-guia, no entanto, tem prazo. Geralmente, esses animais atuam até os 8 ou 10 anos de idade, quando se aposentam e podem permanecer com o tutor como pet ou ser adotados por outra família com muito amor e responsabilidade.

No Brasil, a Lei nº 11.126/2005 garante o direito de acesso das pessoas com deficiência visual, acompanhadas de cão-guia, a todos os espaços públicos e privados de uso coletivo. Isso inclui transporte público, escolas, hospitais, shoppings, restaurantes e quaisquer outros locais. Outras leis estão em tramitação no congresso nacional, a fim de estender o direito de uso de cão de assistência a outras pessoas com necessidades especiais.

Valorizar o cão-guia é também promover a inclusão, a independência e o respeito às diferenças. No próximo 30 de abril — e em todos os dias do ano — lembre-se: se encontrar um cão-guia em serviço, admire de longe, mas não o interrompa. Ele está mudando o mundo de alguém e precisa ser admirado, mas principalmente respeitado em sua função.