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Coluna Jean – edição 10-06

Você já parou para se perguntar se os cães podem sofrer ataques do coração, como o infarto? Sim, é uma situação possível. No entanto, é importante separar este fenômeno em pets do que acontece em humanos. E é justamente sobre este tema que vou falar um pouco mais na coluna de hoje.

O infarto em cachorro é uma condição rara na medicina veterinária. Os cães possuem vantagens anatômicas e metabólicas que os protegem contra o ataque do coração. O metabolismo das gorduras no sangue e a anatomia das artérias coronárias, por exemplo, estão entre as principais delas.

Colesterol

Uma das grandes diferenças entre os seres humanos e os cães está no metabolismo do colesterol. Em humanos, este lipídio é responsável pela formação e acúmulo de placas de gordura que podem se transformar em coágulos, desprender da parede e obstruir as artérias coronárias, levando ao infarto.

O colesterol em cães não costuma a se depositar nas artérias. Por conta disso, eles possuem uma baixíssima incidência de formação de placas ateromatosas (placas de gordura) nas artérias. Assim, o colesterol alto não está diretamente relacionado com infarto em cachorro.

Os cães podem sim formar placas ateromatosas, mas geralmente por outras razões, como o hipotireoidismo. Outras possíveis causas de infarto em cães, ainda que raras, são trombos (coágulos) provocados por outras doenças cardíacas ou por tumores no coração.

Circulação Coronariana

Outra grande diferença que faz com que o infarto nos pets seja menos comum do que em humanos é a circulação coronariana. Nos cães, as artérias coronárias principais possuem colateralidade maior, ou seja, mesmo que uma artéria coronária seja obstruída em um cão, provavelmente outra conseguirá levar sangue oxigenado suficiente para o local afetado.

Microinfartos

O mais comum é que os cães sofram microinfartos, principalmente os idosos. Tratam-se de obstruções de pequenos ramos das artérias coronárias normalmente provocadas por fibrose cardíaca e não por embolia (obstrução por placas de gordura). No geral, os microinfartos não costumam colocar a vida dos cães em risco e não manifestam sintomas aparentes.

Os microinfartos costumam trazer riscos aos cães quando desencadeados sobre o “sistema elétrico” do coração. Nestes casos, eles podem desencadear algum tipo de arritmia. Quando isso acontece, os riscos aumentam consideravelmente – especialmente entre os mais idosos. Sintomas clínicos como desmaios são comuns.

Quanto antes um problema cardíaco é identificado, maiores as chances de uma vida saudável e feliz para toda família. Em caso de suspeita de problemas cardíacos com o seu cachorro, procure um médico veterinário o quanto antes.

E aí, gostaram a coluna de hoje? Um abraço e até semana que vem!